"Eu sou um cara cansado de correr na direção contrária, sem pódio de chegada ou beijo de namorada (...)" - Cazuza.
Sim, eu ando cansada. Não tenho mais inspirações para escrever, devo estar travando como acontece ciclicamente.
Vejo-me fazendo as coisas, esforçando-me, mas às vezes é inútil, às vezes só sinto minha cabeça doer, a ponto de qualquer ruído de embalagem metálica colocá-la em contagem regressiva para explodir.
Tantas vezes necessito me ver sangrar, arrepentada no chão, na sargeta, só pra ver o que há de vivo em mim, só pra ver o que pulsa dentro do meu coração me escorrendo pelas mãos. Outras tantas vezes necessito disso: "correr na direção contrária", só pra obter uma sensação efêmera de que algo está sendo feito para que eu me salve, me salve de mim e disso tudo.
Eu somo, subtraio, divido, multiplico... Mas às vezes esqueço de ver o resultado, esqueço de apertar a tecla que me mostra o resultado após o cálculo.
Ando cansada.
Deve ser os vestibulares, essa vontade inexorável de sumir desse lugar e abandonar essa vida. E mais um monte de coisas.
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É, tô falando de mim, tô escrevendo em primeiro pessoa do singular mesmo. E além de tudo, usei as abreviações "pra" e "tô" por puro relaxo.