segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Estrangeira.

A poeta - será que um dia realmente foi poeta? - não sabe mais a palavra, se perdeu talvez.
Tanta coisa se perdeu, nem ela sabe ao certo. "Exatidão" é uma palavra que faz pouco, ou nenhum, sentido nesses, e naqueles, dias. E nos próximos...
Não sabe dizer, não sabe.
Confusão é o que há de mais tangível. Apatia, talvez.

- Onde está o mapa, o "manual de procedimento para o caso extremo 'x'?" Ãhn?! Sabe-se lá onde se escondeu, em qualquer densidade ou superficialidade.

E o problema é com ela, dentro da poeta.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Imenso.



Posso falar do que eu tenho medo? Tenho medo, principalmente, de perder a imensidão do mundo e, mais ainda, a imensidão do nosso amor. Quero, então, a imensidão, a imensidão de tudo que há, de tudo que há entre nós.

-

Esforço-me para não repetir passos errôneos, passos de dor supérflua. Esforço-me!

Macarrão Instantâneo.



Quanto poderia pesar o ar? Naquele momento eu não sabia, mas empregnado de dor, a umidade daquelas lágrimas deixava o ambiente tão denso, quanto irrespirável, o sofrimento era quase palpável.
O pior... O pior é que aquelas pessoas, aquelas todas, escolheram o meio que roubava com uma pequena faca, pouco afiada, tiras de couro das costas daqueles guerreiros. - A pequenha faca pouco afiada? Para prolongar o sofrimento e, principalmente, a dor.
Lamentáveis aqueles seres, eram três, ao menos, com existências atormentadas por diversas razões, mas em comum havia o vício. E não, não era o tabaco ou o álcool, mas sim a dor.
O que podia ser houvido era insignificante, os utensílios de metal a chocar-se da panela aos dentes, dos dentes ao prato. E além do visível, havia aquele gosto de sal das lágrimas, o tempero do macarrão instantâneo e confissões, confissões audíveis ou não; apenas sabe-se que haviam muitas delas. Em cada garfada indo à boca, em cada olhar murcho, inchado de sal. Ah, e a dor... A do dor ultrapassava o reino do tangível e sofrimento, então, transpassava o reino intangível.
Patéticos seres de carne, osso, coração e sonhos. Insípidos os seres desprovidos das desproporções dos sonhos; estes seres, sim, são lamentáveis.

-

Triste, sim. Mas precisava sair do reino tangível do papel.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Se vai.



Eu estarei nas ruas, entre os carros. Eu estarei nas árvores, entre os gatos. Eu estarei nos fios de alta tensão, entre os pássaros. Tanto posso tocar o chão, a terra, como possar tocar o absoluto, como o ar, ou, ainda, tocar cada fibra do corpo, do tecido, como o mar faz com aqueles que lhe adentram.
Há a superfície inconstante do mar sendo beijada pelo vento e, paradoxalmente, há o profundo, as rochas no fundo escuro daquele mar, quase intangível, quase improvável.
E além disso, tantas vezes sobrepondo-se a isso, há um ser, este ser, que por vezes grita e noutras silencia. Mas o grito que ocupa cada ínfima parte daquele ambiente e, então, há o silêncio, o vácuo. O que seria mais propositalmente cortante?
As pegadas deixadas na areia são como formas de bolo, forma de algo que não deu certo, portanto não fixou-se ali. No entanto, o bolo primoroso é aquele que de sua forma é destacado, coberto com algum doce melado e, então, divido entre os convidados, os amigos, aqueles dois amantes. E o glacê, o glacê no canto dos lábios, lábios esses que só poderiam remeter a pêssegos... Ou a pedaços de carne em uma ceia, onde todos vorazmente os destroçariam, devorariam, deixando apenas os ossos para os cães... Ou o anfitrião.

Ausenta-se, pois estará entre as ruas, nas ruas, como já foi dito.
- Por que você se vai?
- Porque não posso ser destroçada, devorada, digerida por eles. Sou o touro que não está naquela mesa servido juntamente com o arroz; sou o coelho que conservou bravamente suas patas, nenhuma delas está em um chaveiro; sou o piar perdido em algum lugar indefinido da imensidão, eu não estou... Eu não estou naquela gaiola.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Meu. Minha.




É bom dizer que eu tenho e que eu não quero conclusões (sim, ambíguo assim!).
Você não tem ideia (sim, talvez você tenha) do meu medo, do meu receio, de me perder em você, de me perder em todo sentimento que não for originado e alimentado apenas por mim, como quando a gente vê algo lindo e singelo na paisagem urbana e fica feliz, satisfeita; isso é de mim para mim, para comigo. Mas você e eu, é você e é eu, somos nós dois, você sabe. Quando o sentimento é compartilhado, vem das duas partes... Poxa, isso me dá um medo tremendo! Parece que tudo que é meu vai misturar com que é seu e vice-versa, dá uma medo tremendo, novamente, de perde me perder, de perder tudo, inclusive você. Eu tenho medo de destruir a gente por te querer, por te querer comigo, aqui do meu ladinho, aqui dentro daquele orgão pulsante.
Medo, viu? A gente tenta viver fingindo que ele não está bem aqui ao lado ou realmente, profundamente, o enfrentando, cara a cara. E não, não me venha com discursinhos sobre coragem, entendeu? Isso é relativo. Não preciso de pseudo-coragem, nem de coragem como provação... Preciso apenas de coragem para continuar sentindo e não sair correndo sem me despedir, sem me explicar; até porque eu odeio me explicar, é assim e pronto. Me explicar em quê, pra quê?! Ah, não. Não mesmo!
Às vezes é isso mesmo, sentir mais e entender menos.
Mas eu não quero, não quero me perder de mim, de tudo que eu sou, de tudo que eu agrego, de tudo que eu desejo profundamente, de tudo, de tudo que eu sou. Não quero e não vou! Começa por aí.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Livre.



"Coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na dispensa..."
Pois é, e aquela cena tá guardada, coração registrou. É minha, só minha. Vou guardar entre outras tantas para quando eu precisar de doçura.

Mas num determinado dia é assim, você acorda e está livre. Não é esperado. O celular desperta, a música toca e não existe mais nada, seu transe acabou e você foi desperta. Ainda bem!
Que venha o próximo encanto, o próximo transe!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Características encontradas?


Um rosto barbado onde quase ficam perdidas as expressões, ou se intensificam.

Expressão de drogado onde os olhos murchos, ou grandes como bolas de gude, lhe penetram o corpo.

Um ar decidido e paradoxalmente perdido.

E um coração de poeta, de poeta intenso... Daqueles que se perdem no meio das frases, mas se calam na intensidade do sentir.

Ah, e o sexo... O fazia como se sua vida estivesse prestes a se esvair naquela dureza toda.

domingo, 10 de abril de 2011

Eu sou.



Essa noite eu tive um sonho... Sonhei que segurava um Japamala (contas budistas) e em cada conta eu dizia a seguinte prece: "Eu sou a divindade que há em mim". E perguntava a mim mesma: mas a prece é só isso? E eu respondia: Só! Precisa de mais?

sábado, 5 de março de 2011

Infinitamente nada.



Não sei escrever poesia, talvez só saiba poetizar um pouco alguns desabafos egóicos.

Ultimamente, não consigo mais usar minhas palavras como lanternas, como guias quando me perco.
Acho que pouco sei, acho que esqueço, que "desaprendo".
Acho que, agora, sei infinitamente nada.
Há tanta, tanta contradição em meu ser, que a cada dia me perco um pouco mais em mim, em minha existência, em meus gostos e contragostos.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Aceitem-me ou deixem-me ir.



Eu não aguento o barulho que as pessoas emitem, eu não aguento a pressão que as pessoas impõem, eu não agüento o lixo emocional que as pessoas produzem, eu não aguento a chantagem emocional que as pessoas fazem, eu não aguento as expectativas que as pessoas projetam. Em mim.

Eu só quero, que seja por hoje, solidão para poder cultivar em paz o individualismo que eu quiser. Por favor, aceitem: eu sou extremamente individualista, a solidão se faz necessária na minha vida. E isso é cíclico. Aceitem-me ou deixem-me ir.

Pouco me importa se apaixonar por alguém, amar alguém... Isso não passa de uma convenção que alguém inventou achando que poderia unir a humanidade e com isso salvá-la. E eu digo: - Porra nenhuma! Eu não acredito nisso, mas crenças são crenças. Eu sou capaz de respeitar o amor, apesar de tudo, mas a maioria de vocês não são capazes de respeitar a ausência dele... Estão sempre numa busca desesperada por amar alguém, ter alguém.

O maior defeito do amor é ser superestimado. Ele não salva nada, não salva ninguém. Somos nossos próprios salvadores, devemos carregar nosso próprio fardo e não esperar que a pessoa que amamos faça isso por nós e vice-versa. Já nascemos inteiros, não precisamos de metade nenhuma... Alma gêmea, cara metade, metade da laranja, tampa da panela, seja lá a babaquice que for: isso é desculpa para pessoas medrosas que não conseguem olhar para as próprias vidas sozinhas. Amor, definitivamente, não é isso; ao menos não é pra mim! É amor ou é bengala, porra?

Eu sou extremamente racional e bastante fria muitas vezes. “Minha cabeça” vem primeiro que “meu coração”. E pouco me importa se eu nunca mais amar um ser masculino, pois a minha vida não depende de amor. Ao contrário de muita gente, eu não sou viciada nesse sentimento, eu não viciada em pântanos emocionais... Essa não é minha válvula de escape. Minha vida não é baseada em sentimentos e toda essa conversa afiada. Minha vida é baseada em fatos, no “ver para crer”.

Chamem-me de fria e racional, posso atender por qualquer um desses nomes; só não chamem-me de calculista, porque definitivamente eu sou letrista. A verdade, a grande verdade, é que eu cansei de negar minha natureza, cansei de achar que o problema é comigo. O fato é que há pessoas emocionais e racionais, eu sou uma pessoa racional. Aceitem-me ou, mais uma vez, deixem-me ir.

Sim, sou explícita. O que eu não demonstro é o que eu, simplesmente, não sinto. Não procurem emoções disfarçadas em minhas entrelinhas, pois todo sentimento que eu nutro pelas pessoas é esse que vocês veem. Se não o veem é porque ele, simplesmente, não existe.

-

Pela última vez: parem de esperar amor/atitudes/posicionamentos/ajuda/companhia de mim, pois tudo que eu posso oferecer já está aí e se isso não for o bastante, lhes garanto que nunca será. É o último aviso: parem de me cobrar/pressionar ou eu vou SUMIR, porra! Depois não digam que foi inesperado ou que (olha que novidade!) se decepcionaram comigo... Pro inferno essa merda toda.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

E eu aqui...



- Tem alguém aí me escutando? Tem alguém aí que entende essa minha vontade pulsante, essa minha vontade inexorável de ir embora? Tem alguém tentando se colocar no meu lugar? Tem... Alguém aí?

Diz a lenda que nós precisamos olhar para dentro, para nós mesmos, mas ultimamente isso se tornou impossível para mim. Eu apenas sei olhar para fora, olhar para muito longe daqui e sentir a linha do horizonte me embalando e me levando embora; tanto faz para onde, mas ela é a única que me carrega para longe, que me coloca na estrada. Não estou falando de emoção, não. Estou falando do físico, estou falando de desejar meu corpo a quilômetros daqui. Longe. O mais longe possível. Vejo conhecidos partindo, vejo aqueles desconhecidos partindo... E eu ainda estou aqui. Dói de pensar essa gente toda subindo em ônibus com destinos distintos e indo embora daqui. E eu... E eu aqui.

Há mais de dois anos atrás eu escutei uma música que dizia: “eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem que não por aqui (...)”. Bem, isso não mudou. Tentei me encaixar aqui, me apertar ali... Mas não, não deu. Preciso ser estrangeira em terra estrangeira, essa história de ser forasteira em minha terra natal já me cansou, já me estagnou há muito, muito tempo.

Eu vou, eu vou embora. Espero que seja daqui um mês, no máximo. Pois mais um ano aqui, sem dúvidas, irá me consumir como uma doença degenerativa. Essa doença tem sintomas iniciais como vontade incontrolável de ficar sozinha, vontade incontrolável de comprar uma mochila bem grande e desejo inexorável pelo absurdo desconhecido. Estou doente. Mas... E a cura?

- Ahh, a minha cura também tem nome, também possui localidade e está fora da Depressão Periférica Paulista.


Like a foreign. Até quando?



terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Plágio.

Eu tenho uma única certeza, quero tudo ou nada quero. Quero um banho frio ou um banho quente que me faça suar, quero toda a borbulha de sentimentos ou apenas a calmaria de uma brisa. O que eu não aceito, o que eu não posso aceitar, é algo morno, a monotonia rotineira, o comodismo que aleija e amputa os sonhos.

Este texto foi escrito por mim sobre mim, há quase um ano atrás... (Meu antigo blog com esse conteúdo: http://epifaniadiaria.wordpress.com/about/)
No entanto sempre tem algum (a) aproveitador (a) se utilizando dos trabalhos alheios.
- http://www.fotolog.com.br/gabiiiialves/37291024
- http://helloostrangerx3.tumblr.com/

Que decadente.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dói. Pesa.



Sinto um medo grande. Sinto uma insegurança amedrontadora.

Sinto-me pressionada por todos os lados. E por mim mesma.

Estou sentindo certa falta de ar, um aperto no meu peito. Fazia muito tempo que eu não sentia isso. Mas essa reação física é apenas um reflexo do que está se passando no meu interior.

Estou com medo, com medo de mim mesma, do que poderia eu ser capaz de fazer a mim mesma. Sinto um desconforto por pensar não poder confiar em mim nesse momento.

Às vezes não me reconheço. Minha maior terapia é escrever e não estou conseguindo, há alguma coisa atando as palavras em algum lugar lúgubre aqui dentro. Algo me acorrenta.

Cobrança. Cobram atitudes, posicionamentos, maturidade, compreensão, altruísmo da minha parte... Mas isso está me enlouquecendo, estou tentando agradar a vocês, mas ao fazer isso estou esquecendo. Se há uma coisa que agride alguém é a obrigação de ter que atender às expectativas alheias; como se ter que atender às minhas já não bastasse.

Eu quero ir embora, sair correndo e deixar esse fardo para trás e junto com ele deixar a mim mesma, porque eu não estou podendo confiar na Nathália, não estou podendo confiar no meu autocontrole, no meu extinto preservação. Eu, simplesmente, não estou podendo confiar em mim.

E eu só sinto dor. Esse é meu vício. Não consigo sair dela, seja ela emocional ou física. Quando não consigo sentir o açoite físico, me encaminho ao emocional; como estou fazendo agora. Está doendo e junto com essa dor está vindo um certo desespero, um medo de me amarrar nessa dor como à uma pedra e me jogar num pântano, numa água suja sem fundo.

Não aguento mais a minha pressão, não aguento mais a pressão de vocês. Enquanto houver expectativas sobre mim não vou conseguir caminhar, porque esse é um fardo muito pesado, esse é um fardo que não me pertence. O que é meu é minha própria dor, mas eu não sei como me livrar dela, não sei a origem da necessidade de sentir dor. É como tratar uma doença sem saber sua causa: inútil. E eu ainda nem comecei a tratá-la, pois acabei de receber o diagnóstico em minhas mãos... E quase não tivesse forças para segurá-lo de tanto que era seu peso.

Por favor, não criem expectativas sobre mim, não joguem suas expectativas em meus ombros. Se eu não estou conseguindo salvar a Nathália, imagine então se conseguirei salvar um de vocês?! Esse fardo não é meu!

Dói. Pesa. - Muito!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pois será!




Será que eu estou fazendo do jeito certo?
Só sei dizer que estou numa miscelânea de medo e expectativas. Algumas coisas vão mudar, outras vão morrer. Outras vão morrer com toda certeza, ainda bem que lembrei disso agora!

Que assim seja!

-
"Por que você está assustada?" Foi o que um refrão num inglês britânico me perguntou. E eu não sei, não sei responder.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cansa.




"Eu sou um cara cansado de correr na direção contrária, sem pódio de chegada ou beijo de namorada (...)" - Cazuza.

Sim, eu ando cansada. Não tenho mais inspirações para escrever, devo estar travando como acontece ciclicamente.
Vejo-me fazendo as coisas, esforçando-me, mas às vezes é inútil, às vezes só sinto minha cabeça doer, a ponto de qualquer ruído de embalagem metálica colocá-la em contagem regressiva para explodir.
Tantas vezes necessito me ver sangrar, arrepentada no chão, na sargeta, só pra ver o que há de vivo em mim, só pra ver o que pulsa dentro do meu coração me escorrendo pelas mãos. Outras tantas vezes necessito disso: "correr na direção contrária", só pra obter uma sensação efêmera de que algo está sendo feito para que eu me salve, me salve de mim e disso tudo.
Eu somo, subtraio, divido, multiplico... Mas às vezes esqueço de ver o resultado, esqueço de apertar a tecla que me mostra o resultado após o cálculo.

Ando cansada.
Deve ser os vestibulares, essa vontade inexorável de sumir desse lugar e abandonar essa vida. E mais um monte de coisas.

-
É, tô falando de mim, tô escrevendo em primeiro pessoa do singular mesmo. E além de tudo, usei as abreviações "pra" e "tô" por puro relaxo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Lancinante.



Era possível enxergar apenas um verde escuro ao redor, um azul profundamente negro acima daqueles seres e um poste emitindo uma luz enevoada que estava mirando aquela claridade para dentro deles. Irônico essa luz querer iluminar algo tão profundo, desconhecido e cegamente selvagem pela ausência de claridade, ali dentro tudo se guiava por um instinto inexorável e bruto. Lá dentro não há amarras nem chicotes moralizadores, castradores... Nada pendia ao comodismo naquele profundo.

Havia uma eletricidade passando por aqueles corpos, havia um perfume de coito saindo por cada poro e havia qualquer coisa inomeável que fazia algo arder em chamas entre aquelas pernas, entre aqueles movimentos de pernas e braços, de línguas e dentes. Era fato que lá fora havia um despencar incessante de água enregelante, mas aquele gelo nada fazia a não ser provocar o calor daquelas chamas fazendo com que ardessem mais incontroláveis e intensamente, rumo ao profundo, àquela fenda.

Possível era sentir o ar lascivo a pender, invadindo o ambiente, logo acima daqueles corpos vulneráveis à procura do escuro inexorável... À procura da agonia extrema que conduziria àquela luz cegante, àquela satisfação lancinante.