domingo, 29 de julho de 2012

Cem dias.



Há alguns dias, eu estava assistindo um filme e vi uma frase que muito me marcou, em todas as conversas, em que ela cabia, eu a usava. Era uma cena onde dois amigos estavam conversando sobre o sentimento e a relação de um deles com uma mulher quando o outro disse:
"- Aposto que vocês não passaram nem cem dias juntos, estou certo?" Um sorriso confirmou e então ele continuou: "- Essa é a melhor coisa!"
Fiquei dias refletindo sobre essa frase, essa cena. E dou razão a ela, algumas vezes em minha vida fiz jus a isso. Pois a idealização de um sentimento, de uma pessoa, é maravilhosa; tudo que não se frustrou, tudo que não falhou e ao chão caiu sem graça, com toda calma, é maravilhoso; todo sonho é encantador, pois sonho é.
Não penso em construir castelos de ideais e expectativas, menos ainda, no entanto, estou defendo a frustração de um sonho, aliás não estou defendendo nada, apenas escrevo sobre o quão maravilhoso é tudo aquilo que não existe. Inebriante.
Não caiu, não quebrou, não doeu. Não viveu.
Por hora sei apenas dizer que desejaria mil vezes "menos de cem dias", um seguido do outro, para viver sempre nessa sensação de êxtase, nessa sensação de sublime.
Menos de cem dias com cem diferentes pessoas. Só vejo, então, possibilidades.

Sublime.
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Aos meus "menos de cem dias."

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Vida viva.



Cíclico. Afirmo que os acontecimentos não são iguais, mas afirmo que os ciclos são cíclicos. É como uma roda sem fim, ela não para de girar e, enquanto isso, vemos que algumas fases, alguns caminhos são semelhantes. No entanto, os acontecimentos não são iguais, a vida não é igual. É apenas a mesma vida, num ciclo.
Há mil coisas que vão lhe trazer prazeres e dores lancinantes, mas sua vida é a maior de todas essas coisas, porque é nela que tudo acontece. Tudo! Por isso o que eu tenho sentido é que, por mais pesada que a vida possa parecer, estar vivo é o melhor dela, sentir-se vivo é a sensação mais suprema da existência, é inalienável. Por isso, meu corpo irá curvar-se de dor ou de prazer, mas eu não vou abrir mão de viver, de sentir-me, a cada segundo em casa centímetro do meu corpo, viva!


"Não basta ter coragem
É preciso estar sozinho
É preciso trair tudo
E trazer a solidão
Eu sei que eles tem razão
Mas a razão é só o que eles tem."
(Engenheiros do Hawaii - Cidade em Chamas)

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Há mil meses esse blog está às traças, mas estou voltando e, conforme for, isso aqui voltará a ter minha cara, voltará a mostrar minha voz. 

quinta-feira, 1 de março de 2012

Amor.


Eu estou percorrendo a minha estrada e, paralelamente, vejo outras incontáveis pessoas percorrendo suas incontáveis estradas, estradas essas que são, tantas vezes, paralelas à minha. E eu observo, analiso, poetiso, fantasio, aquelas realidades... Creio entender um pouco dessas pessoas ao remeter as histórias delas, as estradas delas, às minhas. Creio entender...
O que vejo é que em cada ato, em cada caminhar, em cada maquiagem nos rostos, em cada noite passada em claro, em cada futilidade dedica a uma noite, em cada pingo de chuva que cai sobre minha cabeça - e sobre sua, conclui, pressenti, entendi que todos nós estamos atrás de uma única coisa, de uma única recompensa, de uma única alegria; atrás de cada olhar dedicado deixado em alguma esquina ou para alguém no travesseiro ao lado do seu, há o amor, a busca incessante pelo amor. O amor correspondido, o amor sofrido, o amor volúvel, o amor exacerbado, o amor pleno.
Reconheço que entre essas tentativas, entre essas estradas e olhares há as frustrações, as dores... Mas, honestamente, desconheço alguém que não carregue consigo uma vontade, escusa que seja, por amar, por amar loucamente, profundamente, intensamente, permanentemente; de ser amado calorosamente, penetrantemente, incessantemente, incansavelmente.
Eu, sinceramente - e esperançosamente com a emoção da razão, desconheço alguém que não é movido pelo amor, pela vontade do amor. E isso, isso me engrandece, essa certeza me mantém firme, me mantém em movimento.

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Dedico aos meus amores, a todos os meus amores.