quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dói. Pesa.



Sinto um medo grande. Sinto uma insegurança amedrontadora.

Sinto-me pressionada por todos os lados. E por mim mesma.

Estou sentindo certa falta de ar, um aperto no meu peito. Fazia muito tempo que eu não sentia isso. Mas essa reação física é apenas um reflexo do que está se passando no meu interior.

Estou com medo, com medo de mim mesma, do que poderia eu ser capaz de fazer a mim mesma. Sinto um desconforto por pensar não poder confiar em mim nesse momento.

Às vezes não me reconheço. Minha maior terapia é escrever e não estou conseguindo, há alguma coisa atando as palavras em algum lugar lúgubre aqui dentro. Algo me acorrenta.

Cobrança. Cobram atitudes, posicionamentos, maturidade, compreensão, altruísmo da minha parte... Mas isso está me enlouquecendo, estou tentando agradar a vocês, mas ao fazer isso estou esquecendo. Se há uma coisa que agride alguém é a obrigação de ter que atender às expectativas alheias; como se ter que atender às minhas já não bastasse.

Eu quero ir embora, sair correndo e deixar esse fardo para trás e junto com ele deixar a mim mesma, porque eu não estou podendo confiar na Nathália, não estou podendo confiar no meu autocontrole, no meu extinto preservação. Eu, simplesmente, não estou podendo confiar em mim.

E eu só sinto dor. Esse é meu vício. Não consigo sair dela, seja ela emocional ou física. Quando não consigo sentir o açoite físico, me encaminho ao emocional; como estou fazendo agora. Está doendo e junto com essa dor está vindo um certo desespero, um medo de me amarrar nessa dor como à uma pedra e me jogar num pântano, numa água suja sem fundo.

Não aguento mais a minha pressão, não aguento mais a pressão de vocês. Enquanto houver expectativas sobre mim não vou conseguir caminhar, porque esse é um fardo muito pesado, esse é um fardo que não me pertence. O que é meu é minha própria dor, mas eu não sei como me livrar dela, não sei a origem da necessidade de sentir dor. É como tratar uma doença sem saber sua causa: inútil. E eu ainda nem comecei a tratá-la, pois acabei de receber o diagnóstico em minhas mãos... E quase não tivesse forças para segurá-lo de tanto que era seu peso.

Por favor, não criem expectativas sobre mim, não joguem suas expectativas em meus ombros. Se eu não estou conseguindo salvar a Nathália, imagine então se conseguirei salvar um de vocês?! Esse fardo não é meu!

Dói. Pesa. - Muito!

2 comentários:

  1. muito bom o seu texto, gostei bastante.

    é complicado essa vontade de ir embora, essa pressão externa e que não é necessária, pois já nos auto pressionamos muito.

    ahh! o visual do seu blog é muito bonito, é uma ótima combinação.

    parabéns, virei teu seguidor!

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  2. Eu gostei muito do teu texto,senti até um certo alivio porque me sinto da mesma forma,é um fardo tão pesado,porque além da cobrança das pessoas tem a nossa própria que talvez seja a maior,essa cobrança para sermos mais "auto-sufientes",enfim seu texto foi muito reflexivo,dispensa comentários.

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Espero que esteja levando e me trazendo um pouco do intangível!