Há a superfície inconstante do mar sendo beijada pelo vento e, paradoxalmente, há o profundo, as rochas no fundo escuro daquele mar, quase intangível, quase improvável.
E além disso, tantas vezes sobrepondo-se a isso, há um ser, este ser, que por vezes grita e noutras silencia. Mas o grito que ocupa cada ínfima parte daquele ambiente e, então, há o silêncio, o vácuo. O que seria mais propositalmente cortante?
As pegadas deixadas na areia são como formas de bolo, forma de algo que não deu certo, portanto não fixou-se ali. No entanto, o bolo primoroso é aquele que de sua forma é destacado, coberto com algum doce melado e, então, divido entre os convidados, os amigos, aqueles dois amantes. E o glacê, o glacê no canto dos lábios, lábios esses que só poderiam remeter a pêssegos... Ou a pedaços de carne em uma ceia, onde todos vorazmente os destroçariam, devorariam, deixando apenas os ossos para os cães... Ou o anfitrião.
E além disso, tantas vezes sobrepondo-se a isso, há um ser, este ser, que por vezes grita e noutras silencia. Mas o grito que ocupa cada ínfima parte daquele ambiente e, então, há o silêncio, o vácuo. O que seria mais propositalmente cortante?
As pegadas deixadas na areia são como formas de bolo, forma de algo que não deu certo, portanto não fixou-se ali. No entanto, o bolo primoroso é aquele que de sua forma é destacado, coberto com algum doce melado e, então, divido entre os convidados, os amigos, aqueles dois amantes. E o glacê, o glacê no canto dos lábios, lábios esses que só poderiam remeter a pêssegos... Ou a pedaços de carne em uma ceia, onde todos vorazmente os destroçariam, devorariam, deixando apenas os ossos para os cães... Ou o anfitrião.
Ausenta-se, pois estará entre as ruas, nas ruas, como já foi dito.
- Por que você se vai?
- Porque não posso ser destroçada, devorada, digerida por eles. Sou o touro que não está naquela mesa servido juntamente com o arroz; sou o coelho que conservou bravamente suas patas, nenhuma delas está em um chaveiro; sou o piar perdido em algum lugar indefinido da imensidão, eu não estou... Eu não estou naquela gaiola.
- Porque não posso ser destroçada, devorada, digerida por eles. Sou o touro que não está naquela mesa servido juntamente com o arroz; sou o coelho que conservou bravamente suas patas, nenhuma delas está em um chaveiro; sou o piar perdido em algum lugar indefinido da imensidão, eu não estou... Eu não estou naquela gaiola.
"Tanto posso tocar o chão, a terra, como possar tocar o absoluto, como o ar, ou, ainda, tocar cada fibra do corpo, do tecido, como o mar faz com aqueles que lhe adentram." LINDO!
ResponderExcluir"Sou o coelho que conservou bravamente suas patas"
ResponderExcluirAdorei.
Muito lindo seu cantinho.
Seguindo.
Também escrevo, passa lá?
http://somdospassos.blogspot.com/
Beijosss
Olá :)
ResponderExcluirGostei do teu blog e da forma como escreves, mas admito que o contador ali do lado me deu um pouco de receio, se assim posso dizer.
Seguindo-te e voltarei mais vezes.
Se puder passa no meu e segue também:
http://amar-go.blogspot.com/
Agradecida, kiss sweet. :]
Cada vez que venho aqui leio, releio e releio e releio e vou para outra dimensão, não sei explicar... Tudo sempre tão bonito.
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